Reencarnação

 

 

Reencarnação

Definição e Conceito

Reencarnação é a crença ou doutrina de que a alma, após a morte do corpo físico, renasce em um novo corpo. Essa nova forma pode ser humana, animal, ou mesmo espiritual, dependendo das crenças específicas de cada cultura ou religião. A ideia central é que a vida é um ciclo contínuo de nascimento, morte e renascimento, onde a alma evolui e aprende através de diversas existências.

Origens e Histórico

A reencarnação é um conceito antigo e multifacetado, presente em várias tradições religiosas e filosóficas ao redor do mundo:

  1. Hinduísmo: Uma das mais antigas religiões a abordar a reencarnação, o Hinduísmo acredita no samsara, o ciclo de nascimentos, mortes e renascimentos. A qualidade do renascimento depende do karma acumulado em vidas passadas. Moksha, ou libertação, é o objetivo final, onde a alma se liberta desse ciclo interminável.

  2. Budismo: Similar ao Hinduísmo, o Budismo também adota o conceito de samsara e karma. No entanto, em vez de uma alma eterna, os budistas acreditam na continuidade da consciência. O nirvana é o estado de libertação, onde o ciclo de renascimentos cessa.

  3. Espiritismo: Fundado por Allan Kardec no século XIX, o Espiritismo combina elementos do Cristianismo com a crença na reencarnação. A doutrina sustenta que os espíritos evoluem moralmente e intelectualmente através de múltiplas vidas.

  4. Platonismo e Pitagorismo: Na Grécia Antiga, filósofos como Platão e Pitágoras discutiam a transmigração das almas, uma forma de reencarnação. Platão acreditava que a alma é imortal e passa por várias vidas como parte de seu desenvolvimento espiritual.

Mecanismos da Reencarnação

Os detalhes do processo de reencarnação variam entre as tradições, mas algumas ideias comuns incluem:

  • Karma: A lei de causa e efeito moral que determina a qualidade das futuras existências.
  • Dharma: O dever ou caminho correto que uma pessoa deve seguir, influenciando seu karma.
  • Planos Espirituais: Alguns sistemas acreditam em diferentes planos de existência onde a alma pode residir entre encarnações.

 

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Propósito da Reencarnação

O propósito da reencarnação pode ser visto de diferentes maneiras:

  • Evolução Espiritual: A alma aprende e cresce moralmente e espiritualmente através de cada vida.
  • Expiação: As ações negativas de vidas passadas são compensadas em futuras encarnações.
  • Cumprimento de Destino: Cada vida oferece oportunidades para a alma cumprir seu propósito ou missão.

Ressurreição: Uma Comparação

Ressurreição, por outro lado, é a crença de que, após a morte, um indivíduo retorna à vida em seu próprio corpo ou em um novo corpo físico, mas não através de um ciclo contínuo de nascimentos. A ressurreição é uma ideia central em várias religiões, como o Cristianismo, que acredita na ressurreição de Jesus Cristo e na promessa de ressurreição dos mortos no fim dos tempos.

O Concílio de Constantinopla e a Exclusão dos Reencarnacionistas

O Segundo Concílio de Constantinopla, realizado em 553 d.C., foi um evento significativo na história da Igreja Cristã. Uma das razões para a convocação desse concílio foi a condenação das doutrinas de Orígenes, um dos primeiros teólogos cristãos que havia sugerido a possibilidade de reencarnação.

Orígenes ensinava que as almas poderiam preexistir e reencarnar, mas essas ideias foram vistas como contrárias à doutrina oficial da Igreja. O concílio reuniu apenas bispos e teólogos que estavam alinhados com a posição ortodoxa da Igreja, que rejeitava a reencarnação. Isso foi feito para assegurar que as decisões tomadas estivessem de acordo com as doutrinas estabelecidas e para eliminar qualquer influência das crenças de Orígenes.

Razões para a Exclusão dos Reencarnacionistas:

  1. Unidade Doutrinária: A Igreja buscava uma interpretação uniforme das Escrituras e uma doutrina consistente. A reencarnação apresentava uma visão divergente sobre a vida após a morte e a natureza da alma.
  2. Salvação e Ressurreição: A crença na ressurreição dos mortos era central para a doutrina cristã de salvação. A reencarnação, ao sugerir múltiplas vidas, poderia minar essa doutrina e confundir os fiéis.
  3. Autoridade Eclesiástica: A inclusão de reencarnacionistas poderia desafiar a autoridade da Igreja e a interpretação oficial das Escrituras, criando potencial para cismas e heresias.

A reencarnação e a ressurreição são conceitos distintos que refletem diferentes entendimentos da vida após a morte e da natureza da alma. A reencarnação envolve um ciclo contínuo de nascimentos e mortes, enquanto a ressurreição implica um retorno único à vida física. O Concílio de Constantinopla convocou apenas não reencarnacionistas para assegurar a uniformidade doutrinária e proteger a interpretação ortodoxa da fé cristã.

Na Bíblia, substitua a palavra "ressurreição" por "reencarnação". 


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