O Que é o Trauma Segundo Gabor Maté: A Dor de Infância Que Ainda Nos Afeta

 

bebê olhando

O Verdadeiro Trauma: O que Gabor Maté nos ensina sobre feridas invisíveis da infância

Quando falamos em trauma, é comum imaginarmos grandes tragédias: abusos, perdas violentas, situações de extrema dor. Mas, segundo o renomado médico e escritor Gabor Maté, especialista em traumas, vícios e saúde mental, o trauma raramente é o evento em si. O verdadeiro trauma é o que acontece dentro de nós como resultado desse evento.

"O trauma não é o que acontece com você. É o que acontece dentro de você como resultado do que aconteceu com você."Gabor Maté

Essa frase sintetiza uma profunda revolução no modo como entendemos a dor emocional e seus efeitos de longo prazo. Muitas vezes, crescemos minimizando ou racionalizando as experiências que tivemos, dizendo a nós mesmos: “mas meus pais fizeram o melhor que podiam”, ou “tem gente que passou por coisas muito piores”. No entanto, o trauma não se mede em comparação, mas em impacto interno.

 

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Quando a dor não encontra saída

Durante a infância, somos seres vulneráveis, abertos, sensíveis. Quando sentimos medo, abandono, rejeição ou humilhação, precisamos expressar isso – chorar, gritar, ser acolhidos. Mas em muitos lares, essas expressões não foram permitidas. Fomos ensinados a “engolir o choro”, a não fazer “birra”, a sermos “bonzinhos”.

Com isso, aprendemos a suprimir. E cada emoção suprimida vira um nó energético, um fragmento da nossa essência que foi exilado. O trauma, então, não é apenas a dor do momento vivido, mas a solidão interna de não termos podido expressar o que sentimos, nem sermos compreendidos.

As máscaras que vestimos

Para sobreviver emocionalmente, a criança desenvolve estratégias de adaptação. Pode se tornar a “boazinha”, o “forte”, o “engraçado”, o “perfeccionista”. Essas máscaras funcionam no curto prazo, mas nos desconectam da nossa autenticidade. Gabor Maté destaca que o maior preço do trauma não é apenas o sofrimento, mas a perda de contato com quem realmente somos.

E é por isso que, muitas vezes, na vida adulta, sentimos um vazio, uma ansiedade difusa, ou enfrentamos doenças físicas e emocionais que parecem não ter explicação. O corpo lembra. A alma lembra. Mesmo que a mente não compreenda.

Curar é sentir com segurança

A cura, segundo Maté, não vem ao “lembrar” o trauma, mas ao sentir o que não foi possível sentir naquela época, agora com recursos, consciência e apoio. É quando nos damos permissão de chorar o que não choramos, de nos irritar com o que engolimos, de acolher partes de nós que foram silenciadas.

Esse processo exige compaixão. Não se trata de culpar nossos pais, mas de entender que eles também foram crianças feridas. A verdadeira libertação surge quando deixamos de justificar ou minimizar o que vivemos, e passamos a honrar nossa própria dor – mesmo que ela pareça pequena aos olhos do mundo.

A beleza da reconexão

A jornada de cura, à luz dos ensinamentos de Gabor Maté, é um caminho de volta para casa. Para a nossa essência, para o nosso coração. É o reencontro com a autenticidade, com os sentimentos vivos, com a liberdade de ser quem somos – sem máscaras, sem defesas, sem culpa.

Cada passo nesse caminho é um ato de coragem. E também um presente que damos ao mundo, pois ao nos curarmos, abrimos espaço para relações mais verdadeiras, para uma sociedade mais empática, para filhos mais inteiros e livres.

Palavras finais

Se você sente que há dores antigas pulsando silenciosamente dentro de você, saiba: isso não é fraqueza, é um chamado. Um convite à reconexão com a sua verdade.

E como diz Gabor Maté:

"A cura é possível quando abandonamos a vergonha e nos damos o direito de sentir o que sentimos."

Que esse artigo seja uma semente de consciência e acolhimento no seu caminho.
Você merece se lembrar de quem é, além do que aconteceu.

 

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