Para refletir:
Reencarnação: Escolha da Alma ou Ilusão da Matrix?
Muitos de nós fomos educados a acreditar que a reencarnação é um processo inevitável, uma roda que gira até que a alma “aprenda” tudo o que precisa, pagando débitos e acumulando méritos. No entanto, diversas correntes espirituais contemporâneas e antigas nos convidam a questionar essa visão linear e punitiva da existência.
A alma, em sua essência, não precisa ser curada: ela já é inteira, perfeita e plena. O que experimenta dor, perda ou limitação não é a alma em si, mas suas extensões — os fragmentos encarnados no tempo e no espaço.
Assim como um ator escolhe um papel, a alma escolhe viver certas experiências não como penitência, mas como expressão e exploração criativa. O físico e místico Amit Goswami, em O Universo Autoconsciente, lembra que a consciência é a base de tudo, e que ela “se diverte” ao explorar diferentes formas de manifestação. Nesse sentido, encarnar seria mais um ato de criação do que de correção.
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A Ilusão da Roda Cármica
O conceito de um “karma” imposto, que obriga a consciência a retornar infinitamente, é visto por alguns autores como uma ilusão de matrix — uma engrenagem artificial que aprisiona seres em ciclos intermináveis de repetição (Roda de Samsara). Dolores Cannon, pesquisadora em hipnose regressiva, descreveu em seus livros como muitas almas estão despertando para a lembrança de que não precisam mais participar dessa roda. Segundo ela, quando a consciência reconhece sua soberania, deixa de se identificar com a necessidade de “pagar dívidas” e pode escolher livremente seus próximos passos.
Allan Kardec, embora tenha sido um dos maiores divulgadores da reencarnação no Ocidente, já apontava em O Livro dos Espíritos que o objetivo das vidas sucessivas não era castigo, mas progresso e oportunidade de aprendizado. Ainda assim, algumas escolas esotéricas vão além, sugerindo que até essa ideia de “necessidade de progresso” é relativa, pois a alma, no seu estado original, já é plena.
A Soberania da Alma
O verdadeiro aprisionamento, portanto, não é a experiência de viver no corpo físico, mas a crença de que estamos condenados a repetir esse processo sem escolha. A libertação acontece quando lembramos: somos consciências livres, soberanas e divinas.
Osho dizia que “a vida não é uma escola, é uma celebração”. Essa perspectiva resgata a visão de que estar aqui não precisa ser pesado, tampouco uma penitência, mas um ato de dançar com a existência, explorando o infinito através do finito.
Rompendo a Ilusão
Quando despertamos para essa verdade, a roda cármica se desfaz. A consciência não se vê mais obrigada a “reparar” nada, mas passa a viver em estado de criação. É nesse ponto que muitas tradições místicas convergem: os mestres do Vedanta, os budistas tibetanos e até mesmo gnósticos cristãos afirmam que o despertar é o momento em que percebemos que nunca estivemos realmente presos, apenas acreditávamos estar.
A lembrança que liberta é simples, mas profunda: não estamos aqui para pagar dívidas, mas para manifestar nossa soberania divina.
Assim, a encarnação deixa de ser uma roda de sofrimento e passa a ser um palco de expressão da liberdade que sempre fomos.
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